11 de dez. de 2007

Passividade cotidiana do mundo


Quantos de nós realmente vive uma vida? Parece que os velhos dizeres e bordões de como "a vida anda difícil", de que "a situação é ruim pra todos" e de "que ninguém escapa da crise" ecoam cada vez mais frequentemente...

Quem vive dessa forma, vive passivamente, vive a decisão, a opinião e o pensar dos outros (ou da sociedade). Há que se ter valores e crenças individuais que possibilitem o confronto de opiniões: próprias com externas...

A inércia social, creio eu, vem da inaptidão do ser humano em confrontar e analisar o que ouve, o que lhe é exposto e o que não lhe é próprio. Ao longo da formação de uma pessoa, quanto mais tempo se passa imerso nesse estado, maior a possibilidade de tornar-se "mais um na multidão". A vida não pode ser vivida de forma passiva, sem interação, sem contribuição.

A rotina é algo que eu tento evitar. Não que eu consiga, afinal, em termos gerais, atualmente vivo o ciclo casa-faculdade. No entanto, existem tantas possibilidades de dar significado a um dia... uma ajuda ao próximo, um detalhe novo percebido no caminho até a faculdade, a letra e o som de uma música que faz você se sentir bem...

Do mesmo jeito que queremos algo da vida, algo do mundo, algo do que nos cerca, é dever contribuir com cada uma dessas coisas. Elas não estão aí apenas para serem sugadas e consumidas, há que se ter reposição, renovação e manutenção das mesmas.

Quais os fatos que marcaram seu dia hoje? o que você fez de bom? o que deixou de fazer? que coisas novas foram percebidas hoje?

Muitos de nós chega ao anoitecer sem respostas para isso...

4 de nov. de 2007

Novo uso do leite longa vida

Depois que foi descoberta a presença de soda cáustica na composição dos leites "de caixa", além de nutrir, também faz lavagem intestinal e desinfeta qualquer local, não apenas o seu estômago:


A solução? Atente para o leite de cabra (aquele da propaganda do "mãe, que leite gostoso! Que leite é esse?")

Mais charges como essa, aqui.

30 de out. de 2007

Novo brinquedo do Capitão Nascimento

Eu tava lendo as notícias na internet esses dias e descobri que inventaram o alarme perfeito pro Capitão Nascimento:

Trata-se de um alarme (tipo rádio-relógio) que, pra ser desativado tem que ser jogado contra a parede, mais bruto impossível...

Segundo a empresa que criou o tal "artefato", o mesmo está fazendo sucesso entre o público jovem, que também dispões de outras opções como bola de beisebol, e futebol americano. O único problema é controlar pra onde o produto vai depois de "quicar" na parede...

A matéria completa está aqui, no site da Folha Online.

28 de out. de 2007

Vídeos no Youtube

Gato com espírito de Garfield =P

Vídeo normal, não fosse o contexto em que eu o vi: apresentado pelo meu
professor no meio de uma aula de revisão pra prova.



Treino de "futebol" da Argentina

E olha que a gravação foi feita com câmera escondida...


15 de out. de 2007

O mundo em fotos...






À esquerda, uma "corrida" nos quais os participantes são 11 mil patos de borracha que acontece em El Salvador. Detalhe para a legenda da foto: "A corrida de patos é parte de um evento beneficente para ajudar filhos de policiais mortos durante o trabalho" e outro detalhe para os óculos de sol que os patinhos usam no decorrer da prova...

À direita, uma amostra da XII Convenção Internacional de Palhaços, que acontece no México. O evento é aberto ao público que conta também com competições durante os 4 dias em que ocorre, ou seja, uma verdadeira palhaçada... imagino qual a moeda para aferir o preço da inscrição... 5 dentaduras, 10 lenços coloridos de tamanho inimaginável (mas que cabem dentro da sua mão) e 2 narizes vermelhos (um pra uso próprio durante o evento e outro pra doar ao público)

14 de out. de 2007

Brasil 0 x 0 Colômbia

Era de se esperar... começo das Eliminatórias, jogando fora de casa, time não muito entrosado, na altitude e contra a Colômbia (que vez por outra dá trabalho pro Brasil vencer)...

O Uruguai já disparou no saldo de gols: 5, em casa, contra a Bolívia. Argentina fez 2 no Chile e a Venezuela, talvez empolgada pelo desempenho na Copa América, venceu o Equador por 1 a 0.

Por aqui, vi o jogo na TV (retransmitindo a imagem do computador) e ouvindo a gloriosa narração do "maior" expoente no âmbito futebolístico: Galvão Bueno. Taí uma coisa que eu não sinto falta... ouvir os comentários desta pessoa sobre a roupa do Dunga, sobre a decisão do árbitro em adiar em 45 minutos o início da partida (o que, por conseguinte, postergaria o horário que o Fantástico iria ao ar), que, quando o Brasil empatou com a Colômbia nas eliminatórias pra Copa 2002, acabou sendo campeão, dizendo que o Júlio César ia ser expulso quando, na verdade, estava recebendo o primeiro cartão amarelo, que todo mundo "olhou" pro árbitro pedindo pênalti quando o Gilberto "pulou pra cair no chão" dentro da pequena área... mas ainda sim tive que aturar isso, porque a ESPN num tava pegando direito...

Enfim, o fato é que o jogo foi bem ruinzinho (pro lado do Brasil, porque a Colômbia tava trocando passes muito bem) e o Brasil, mais uma vez, começa manco nas Eliminatórias... só pro nosso narrador querido gritar "haja coração!" nos próximos jogos.. ê.. ê..

Mas é isso aí... e não se esqueçam do "Jogo das Famílias" (não me pergunte o porquê) quarta-feira no Maracanã do Brasil contra o Equador... o ilustríssimo avisou que vai levar até seus filhos pro estádio (ah, ainda bem, os filhos dos outros vão ter com quem brincar na hora do jogo agora)

E pensar que vou ter que aturar ele se rasgando torcendo pro Felipe Massa ganhar o GP do Brasil e dizer que foi a Ferarri quem atrapalhou a luta dele pelo título...

GP de F1 do Japão, domingo passado: diabéisso!?!?

Tudo bem que a corrida foi de madrugada, 1h da matina aqui, mas valeu à pena ficar acordado pra ver a penúltima etapa da temporada 2007 da Fórmula 1. A expectativa pra corrida era boa, visto que os tempos de qualificação estavam equilibrados e tinha previsão não apenas de chuva, mas de um tufão =P ou seja, nada estava muito previsível sobre o resultado da corrida...

Mas, eis uma síntese da corrida, que justifica o título do post:

- Hamilton cometendo aquele erro de rookie, atolando na brita, bem no comecinho dos pits??
- Jenson Button, da Honda, com aquele mesmo carro que veio se arrastando até a corrida passada,
fazendo volta mais rápida??? E disputando volta mais rápida com o Alonso??
- O mesmo figura (JB) passando o Vettel?? Como assim uma Honda passando uma STR??
- O Heidfeld tendo problemas pra ultrapassar o Liuzzi, que, até então tinha 0 pontos no campeonato??

Agora eu me pergunto.. por que as melhores corridas ficaram pro final da temporada?? (descontando o GP da Hungria, aquele em que choveu)...

E, por fim, o maior nome da prova... Sebastian Vettel aos berros no cokcpit quando passou em quarto lugar...

Que venha Interlagos então no próximo final de semana, pra decisão do campeonato =)

Pra quem quiser ter uma idéia melhor das combinações para um dos 3 aspirantes a campeão, o jornal espanhol "Marca" tem um infográfico que explica tudo aqui.

5 de out. de 2007

E eu achava que meu nome só significasse vencedor...

Bem, quando eu nasci, ou melhor, quando eu me entendi por gente, meus pais me falaram que meu nome significava "vencedor, vitorioso" e tal... mas hoje eu vi que há algo a mais a ser descoberto:

[Construção Versátil e Inteligente Treinado para Reparo Online]

[anh... er... vou deixar esse pra quem sabe inglês =P]

[Destruidor de Vilareijo, Ogro Torturador em Fúria de Líder de Torcida]


Quem quiser descobrir um novo significado pro nome, é só clicar aqui, e/ou aqui e/ou aqui.

E agora é só no aguardo pro treino oficial do GP da China de Fórmula 1... só faltam 3 horas \o/

18 de jul. de 2007

Passividade

Coluna "Pensata" da Folha de SP de 18/07:

"Raras vezes em nossa história vimos um acidente tão espetacularmente trágico como o choque do avião em Congonhas, mas, de certa forma, é uma rotina brasileira. Somos vítimas diárias dos mais diferentes tipos de descuidos e de irresponsabilidades que conduzem a pequenas, grandes e médias tragédias, devido basicamente à nossa baixa de cidadania --o que se traduz em irresponsabilidade.

Morrem milhares de pessoas nas estradas simplesmente porque a sinalização não é boa, as pistas não estão bem conservadas ou não se fiscaliza quem está com alto teor alcoólico no sangue. Vemos, neste momento, a dificuldade que é limitar a propaganda de cerveja. Vivemos um clima de guerra civil nas cidades porque não se prestou a atenção na educação, na inclusão de jovens e no aperfeiçoamento da segurança. Morrem milhares de crianças por falta de condições básicas de saúde, fáceis de serem atendidas. Estamos vendo a volta de doenças como tuberculose. A cada dia, só na cidade de São Paulo, morre um motoboy, vítima não só dele próprio, mas também da selvageria da falta de controle.

Se formos olhar porque somos um país tão potencialmente rico mas tão pobre, veremos que temos tragédias evitáveis apenas porque deixamos para depois o conserto de uma pista."

Eu acho que aqui também cabe lembrar daquela esquecida expressão - exemplo fiel do "faço-o-que-eu-digo-mas-não-faça-o-que-eu-faço" - "faça a sua parte". Poxa, se os problemas fossem antecipados ao invés de combatidos, tanta coisa seria diferente. Parece que o brasileiro só cai em si do que tem que ser mudado quando isso se torna evidente ao ponto de não mais poder ser evitado.

É assim com relação ao governo: tem que haver desvio de verbas, aumento de impostos ou o estouro de crises financeiras, no setor aéreo, energético para que nós começemos a reclamar, a exigir que as coisas sejam claras e a honestidade prevaleça.

É assim com relação a nós mesmos: tem que chegar o fim do ano pra elaborarmos uma lista de metas envolvendo mudanças pessoais, para fazermos uma análise do que somos.

O acidente com o avião da TAM foi horrível, mas será que só assim os problemas envolvendo a crise no setor aéreo vai ser melhor investigada e RESOLVIDA??

Fazer a nossa parte nos dá o direito para questionarmos o que está errado e, sobretudo, nos dá o PODER pra mudarmos o que não é adequado.

O brasileiro ainda vive na escravidão do próprio "jeitinho" que ele criou...

16 de jul. de 2007

O Décimo segundo jogador

Uns dizem que é a torcida, mas no jogo de domingo foi o Ayala =P

A empolgação foi tanta que saiu até na foto:


Tudo bem que o Brasil não jogou lá essas coisas, mas ganhar - e tirar onda - da Argentina é bom demais.. Oléeeee !

8 de jul. de 2007

Dia 8 de cada mês...


Carinho é o que eu sinto quando nossos dedos se entrelaçam,
quando te dou um beijo na bochecha,
quando te faço cafuné...

Conforto é o que eu sinto quando estou nos teus braços,
deitado no teu colo,
quando estás com a cabeça encostada no meu ombro...

Cumplicidade é o que eu sinto quando pensamos nas mesmas coisas sem prévio aviso,
quando rimos juntos,
quando passo a mão no teu rosto,
quando tua mão ampara a minha, estendida...

Felicidade é o que eu sinto quando olhas pra mim,
quando te admiro de longe, sem ser percebido,
quando me dizes que me ama...

Orgulho é o que eu sinto ao ver tua bondade confirmar o teu caráter,
quando me ensinas coisas que sabes,
quando te vejo lutar pelo que queres...

Esperança é o que eu sinto quando me amparas nos momentos difíceis e comemora
nos de alegria,
quando tu me diz que vai dar tudo certo...

Amor é o que eu sinto quando te abraço delicada e demoradamente,
quando te dou beijinhos de esquimó,
quando vejo teus olhos brilharem,
quando andamos abraçados,
quando deixo meu coração falar que te amo...

Futuro é o que eu vejo quando fazemos planos,
quando traçamos nossas metas,
quando nos ajudamos...

Engrandecido é como eu me sinto estando ao teu lado, sendo teu namorado, companheiro, amigo e, principalmente,
pelo fato de que a recíproca é verdadeira...


1 Ano e Meio de Namoro Feliz, minha Anjinha =)

Te Amo

@+

4 de jul. de 2007

Finalmente !!

Depois de horas tentando procurar um template melhor pro meu blog (sem êxito), eu consegui futricar no layout antigo pra ficar parecido com esse agora. As cores ainda estão sujeitas a alterações, mas as figuras são meio que definitivas... (alguém reconhece a daí de cima?)

Enfim, tanto tempo se passou desde que eu publiquei meu último post que eu acho que perdi meio que a prática de postar, mas vou colocar uma figura quem me enviaram por e-mail ontem
que demonstra bem a (caótica) situação dos aeroportos do Brasil:


Dona Marta Suplicy tá encrencada até a tampa e o português cada vez mais coloquial...

6 de mai. de 2007

Sentindo que muitas vezes eu tô andando pra trás...

3 de abr. de 2007

Terça(s)-feira(s)...

25 de mar. de 2007

Retalhos de NY

[Janela do Museu Metropolitano de Arte de NY (neve o dia inteiro)]


[Vista de um dos corredores do Central Park]

4 de mar. de 2007

42 (vide "O Guia do Mochileiro das Galáxias"*)

*A resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o universo e tudo mais

3 de mar. de 2007

Dois chocolates, canela, flores e uma boa música


Faz tempo que eu não posto aqui... também não sei o motivo, acho que esqueci um pouco desse espaço pra colocar minhas idéias em prática, ou melhor, em texto...

Acabei de ver Love Actually (Simplesmente Amor) e, se você já tiver assistido, sabe os efeitos que esse filme causa. No meu caso, me atentaram para tais, mas hoje eu insisti em conhecer o conteúdo da referida película. Realmente não é indicado para se assistir longe de casa nem longe de quem se ama, mas, de alguma maneira, ele faz mais, ele permeia a abstração de alguns sentimentos. Não é como Amelie Poulain, mas, ainda assim, tem seus méritos.

No dia do meu aniversário (na verdade antes) eu recebi 5 envelopes, que jugava conter 5 cartas. No entanto, quando os abri, na manhã do dia que, como alguém me falou, era só meu, descobri mais... e eram cartões, eram bilhetes, eram cartas... e eu observava o esmero com que meus pais, meus avós, meus tios, meus primos, minha Anjinha me escreveram. Eu pensei, enquanto lia as referidas linhas - felizmente intermináveis -, que o aniversário é UM dos dias que nós temos pra dar um ânimo a mais na nossa vida, pra ver o quanto somos lembrados / queridos / especiais / únicos e o que somos...

Eu posso tá indo contra o que eu sempre digo, mas não me entenda por mal... todo dia é dia de reinvenção, mudança, análise, mas o aniversário sempre vai ser uma data especial, pelo menos isso acontece comigo. Por exemplo, se gotas de chuva baterem no chão, criarem uma névoa para onde eu esteja olhando pela janela, deixarem o clima mais ameno e me molharem, pra mim isso vai ter um significado bastante peculiar. Só que nesse ano, nem choveu, nem nevou (aconteceu isso no dia anterior)... mas o que me alegrou foi ver o Sol despontando seus raios, aquecendo o ambiente, me fazendo pensar que eu tava aí em Fortaleza. Fiquei feliz com o Sol, isso soa paradoxal pra quem me conhece, e talvez tenha até sido, foi bom...

Vou terminar aqui assim como o filme, com música, com a sensação de que simples palavras precisam ser repetidas diariamente e com entusiasmo...

"God only knows what I would do without you..."
"Só Deus sabe o que eu faria sem vocês"

_Victor

17 de fev. de 2007

Indie music


Eu começei a gostar de música indie - ou alternativa - na época que conheci a Imogen Heap e o Guy Sigsworth que formam uma parceria que deu origem ao Frou Frou. Depois descobri que a música deles tava no filme "Garden State", cuja trilha sonora é mais um achado de boas peças musicais na mesma tonalidade. Iron & Wine é um bom exemplo. Aliás, o nome é sugestivo: a banda é formada por um casal, sendo de um carisma e sensações sonoras muito peculiares. Quem gosta desse tipo de música vai entender o que falo aqui.

Estava ouvindo música numa rádio online um dia desses e escutei uma música do The Magic Numbers, grupo inglês formado por dois casais de irmãos. A melodia é bem interessante e calma. Dá pra escutar na varanda de casa, na chuva, na viagem de carro, até onde sua imaginação quiser continuar...

Com o tempo, a gente aprende a apurar o ouvido pra escutar cada instrumento que compõe o som final, assim, a cada vez ouvimos a música, a gente percebe elementos diferentes e como eles se relacionam durante ela... é uma boa tentar fazer isso nessa faixa, já que a parte dos solos tem uma interação muito boa entre o baixo, a guitarra e a bateria.

[The Magic Numbers - "Forever Lost"]



11 de fev. de 2007

Parte 3


Resolveu tirar sua luva, queria sentir como era pegar na neve. Encheu sua mão, agarrando um bolinho com toda a força, deixando cair ainda aquela massinha branca entre os dedos. Irradiava de descobertas e novas sensações. A neve é fria, é macia, dá vontade de comer. Ficou de pé, parada. Fechou os olhos para sentir os floquinhos tocando-a.

Abriu. Observou vários deles caindo. Estendeu a mão. O que é isso? Alguém? Vejo dedos pequenos, será que não me perderei lá dentro? Animou-se. Ainda há uma esperança... Avistou um floquinho sozinho caindo, acompanhou-o com a mão, querendo pegar aquele pedacinho, pequenino como ela.

Uii, é friiio. Essa gotinha faz cosquinha na mão hihihi... (riu colocando a mão na boca). Agora posso descansar, foi bom de toda forma; encontrei calor em meio à imensidão... Os dedinhos o confortaram bem enquanto ele se desmanchava frente à ternura com que aqueles olhos lhe admiravam. Tinha conseguido ser único, especial, havia um significado em sua existência, mesmo no último instante...

25 de jan. de 2007

[Vista da varanda em direção ao chão]

23 de jan. de 2007

Parte 2


Lá em cima, olhando para trás, o floco de neve observava uma grande mancha branca, a mesma que estaria, em minutos, sedimentada nos telhados das casas que ele via abaixo.

A neve dá uma sensação de tranquilidade, de paz, de que tudo pode ficar homogêneo. Talvez por suavizar os contrastes de cor, de nível, de textura...

Luisa abriu a segunda porta da frente e pode sentir o vento frio em seu rosto. Em pouco tempo, estaria sentindo uma formigação no queixo, como se pequenas agulhas fossem espetando-lhe a pele. No entanto, a sensação de ver a neve caindo superava os empecilhos causados por esta. Uma chuva de flocos finos caindo em câmera lenta.

Alguns dos flocos que havia visto antes já haviam se derretido ou voado pra bem longe. Qual o sentido de eu ser formado e desaparecer em tão pouco tempo? O que poderia fazer de útil enquanto existisse? Posso ser visto como algo importante, incomum no tempo, mas há tantos de mim, como irão me ver unicamente?

Quanto mais neve caia, mais Luisa ficava admirada. De perto, seus olhos castanhos, claros como mel recém-tirado da colmeia, eram pintados por pequeninas manchas brancas que passavam pela íris, de cima a baixo. Ela saiu da coberta e foi para o lado de sua bicicleta rosa, ficou olhando pra cima... Que gosto tem a neve? Institivamente, abriu a boca e colocou a língua pra fora, provando a água gelada que se formava nela.

Ele não queria chegar ao chão e ser mais um frente aos morros brancos que se acumulavam, muito menos ser pisoteado por botas de borracha que riscavam o chão com suas saliências. Queria um destino melhor, mas estava chegando perto de esvair-se do mundo. Não possuía impulso nem vontade próprios. O vento lhe arrastava para os lados e para baixo. Nem ao menos uni-me a nenhum outro floco para trocar uma idéia. Chegaria ao chão como mais um...

Ao ver um morro na frente de casa, Luisa correu e, como se quisesse abarcá-lo com suas pequenas mãos protegidas por luvas, pulou de frente, caindo suavemente e sentindo o peso do corpo projetar seu contorno na neve. Saiu correndo e pulando mais vezes, em cima de outros morrinhos, ou então somente pulando com as mãos pra cima, como que querendo guardar os flocos para si. O sorriso, deixando à mostra seus dentinhos superiores, refletia o espírito daquela criança brincando em meio ao que homem não pode captar, só sentir: a felicidade.

Deixou-se desfalecer. Quase já não sentia emoção em ver mais de perto as árvores e as cores que eram tão pequenas quando nasceu.

E
ia
cain

do

pra esquerda...
pra direita...

21 de jan. de 2007

Parte 1


O tempo estava frio, ainda era cedo da manhã. O sol timidamente ameaçava raiar, mas encontrava-se encoberto por nuvens, deixando somente entrever uma tonalidade azulada que coloria as ruas e as árvores da cidade de uma só cor.

Lá em cima, a umidade promovia a união de pequenas gotículas de água espalhadas pela imensidão do céu. A temperatura estava mais baixa àquela altura e pequenos flocos de neve começavam a se formar e se precipitar por entre as nuvens, por vezes unindo-se a outros e formando bloquinhos maiores.

Ao contemplar de cima a vista de tudo que compunha a cidade, um floco de neve começou a refletir, enquanto caia, sobre a brevidade de sua existência. Inúmeros seriam o empecilhos até chegar ao chão: pouca umidade, um raio de sol, o vento desagregando-o em partes menores e mais fáceis de derreter...

No entanto, não era só ele a pensar sobre o que poderia acontecer. Diversos outros flocos de neve também caiam, desejando isso ou não... O futuro de todos era fadado quase à mesma coisa.

Luisa abriu os olhos, levantou-se e espiou através da janela fechada pelas cortinas horizontais cor bege. Pareceu-lhe que de alguma forma não havia acordado ainda, pois o que via era a neve se formando em cima dos carros estacionados na rua, no chão e até nas plantas que ela plantara no verão, no vaso ao lado de sua bicicleta rosa. Ao encostar seu rosto no vidro, tornou suas bochechas mais rosadas, reiterando sua silhueta de criança.

Ela juntou então suas pantufas, e foi ao armário. Agasalhe-se devidamente quando for sair. Vestiu um moleton cinza escuro com capuz, mas seus cabelos encontraram proteção no gorro amarelo que ganhara de presente de sua mãe. Colocando o cachecol de pano ao redor de seu pescoço, saiu furtivamente, sem dar motivos para seus pais acordarem...

20 de jan. de 2007

Fotos...


...Um dia eu ainda tiro foto tipo assim...


[Tina Turner - We Don't Need Another Hero]



13 de jan. de 2007

Dia Especial

Hoje é um dia especial, pelo menos pra nós lá de casa... Meus pais tão fazendo aniversário de casamento hoje, 24 anos, dos quais presencio quase 22. A gente sempre teve um bom relacionamento, estando próximos os três, fazendo programas juntos e vivendo no mesmo teto. Ano passado isso mudou um pouco porque meu pai foi trabalhar fora e eu vim pra cá pra fazer Mestrado. Minha mãe ficou a habitar lá em casa fisicamente sozinha, mas de vez em quando "faz excursão lá pro lado dos mato" onde meu pai trabalha =P Eu falei, no início dessa mudança, que a distância nem sempre separa, e comprovei que eu estava certo. Ano passado a gente cresceu bastante como família, mais do que havia ocorrido em anos anteriores (e vocês dois sabem como).

Lembro de uma vez que eles tavam fazendo aniversário de casamento e a gente foi jantar na Família Giuliano. Eu, inicialmente não querendo ir com o propósito de deixá-los a sós, rapidamente mudei de idéia quando minha mãe me chamou pra ir pela segunda vez... eu queria era tá perto deles e comer bem hehehehe =P (o que pode ser ainda mais evidenciado quando eu me incluía nos jantares de trabalho do meu pai em que ele levava minha mãe... comida boa era garantida no restaurante que eles iam).

Se a nossa família hoje é tão legal, divertida, unida e íntegra é porque isso foi fruto da união dessas duas pessoinhas aí de cima: Tatai e Mamãe. Tem também logicamente as nossas famílias que influenciaram de várias formas louváveis, mas eu vou ser egoísta e quero dar os méritos todinhos pros meus pais, como filho babão que eu sou =P

À eles eu devo a minha educação, o meu conhecimento, os meus esforços, os meus princípios e a vida que eu tenho =)

Beijão pra vocês e eu amo vocês dois DEMAIS !!

Assim como eu sou único pra vocês, vocês são únicos pra mim =)

Parabéns pra vocês =D

Victor

p.s.: Eu encontrei a música de vocês dois pra vocês ouvirem no final do post =P

[Dalva de Oliveira - Carinhoso(Pixinguinha)]

11 de jan. de 2007

Um dia após o outro...

Nada como isso... acordei hoje de uma forma meio estranha... estava eu no meu vigésimo segundo sono e eis que ouço o Leonardo falar em nevasca, imediatamente meu sonho se transforma em eu acordando aqui no quarto e olhando pra janela, onde só se via neve caindo e em cima dos carros, uma tempestade basicamente. Em seguida, olhava pro chão e via neve - sim, parecia teto furado ou então era gesso descascando =P ... o chão tava branco...

Pra minha decepção, quando eu acordei não havia neve, mas sim um sol que começava a ensolarar o dia... fiquei pedindo à Deus que ele mudasse o tempo pelo menos pra chuva, pra eu conseguir encarar o dia de hoje. Razão: texto mal lido pra aula de Engenharia de Software e uma reunião com o Dr. Horse. Culpado: Dan Brown, autor de O Código da Vinci, livro o qual não consigo largar uma vez que pego pra ler.

A minha única aula até que foi boa, a matéria eu já vi na cadeira de Inteligência Artificial na faculdade (tava me perguntando um dia desses se Mestrado ainda é época de "faculdade" ou é algo mais complexo e "velho" =P). Já tem homework pra fazer, ou seja, é bom terminar de ler o livro logo hehehehe...

No almoço, lá tava eu com ele na engenharia.. nós 3: eu, fettucini alfredo com brócolis e o Código da Vinci. O relógio era um mero coadjuvante tentando em vão alertar que tava perto da hora de me encontrar com o Dr. Horse e que eu devia ensaiar o que ia falar, pois era a primeira reunião da pesquisa...

Saí da engenharia, peguei um frio danado de bom mais um vento que faz tremer a espinha (sim, Deus me atendeu, o dia ficou nublado aqui...) e fui pro laboratório, imprimi um texto, ensaiei alguma coisa pra falar pro Dotô e fui pra sala dele.

Reunião tranquila, me senti à vontade falando com ele, bem informalmente e eu senti que as coisas tão melhorando, como se a gente tivesse trabalhando junto e ele tivesse me supervisionando (isso é meio óbvio pra uma pesquisa, mas não era até agora em se tratando de Dr. Horse). No final já tava até perguntando se ele tinha ido pra América do Sul, se a mulher dele tinha gostado da toalha de renassaince (de renda) que eu tinha dado (que pediu a ele pra me agradecer pelo presente), enfim, algo bem mais descontraído... lembrei imediatamente do Cláudio Gomes, professor de Matemática que tinha fama de ser bruto. Tinha um professor de português no mesmo ano que ensinou a gente a amansar a fera e pensei que eu também tô fazendo isso...

Depois fui deixar outra toalha pra uma secretária da computação e ficamos conversando um bom tempo, sobre família, mercado de trabalho e coisas afins... até dar a hora de ir pra uma palestra de um candidato a professor do departamento. Palestra chata, slides não legíveis e sotaque chinês: acho que o palestrante, Dr. Xixi Wang, deveria ter pensado em uma forma melhor de apresentar a proposta dele...

Acabou a palestra, peguei o ônibus, enfrentei o frio, voltei pra casa, fiquei falando com a Ju, minha mãe e me inteirando das notícias da terrinha...

Fazia tempo que eu não falava com o Dalla e o Adilton, foi bom falar com eles também... =D

Agora de noite esfriou tanto que já tá caindo uns floquinhos muito pequenos de neve misturados com uma chuva fina.

Temperatura nominal: -9 celsius
Sensação térmica: Frigorífico, digo, -18 celsius

Previsão pra amanhã: máxima de -7 celsius

Bom dia pra vocês amanhã e aproveitem que é sexta =)

[U2 - The Ground Beneath Her Feet]

7 de jan. de 2007

Cheguei de novo

Depois de quase um mês sem pisar por aqui, por motivos óbvios (estava na terrinha em volta da família, namorada e amigos), chego à terra do outro lado do mundo, no meio do nada, só com campos de milho por perto...

A saudade bateu ontem assim que eu cheguei aqui em casa e hoje, mais forte... fui à missa pra agradecer pela viagem ter sido tranquila, por ter chegado bem e por todo mundo aí estar bem... Eu sei que saudade é normal de se sentir e pedi à Ele que ela seja saudável e que a amostra de carinho e força que todos me deram - e sempre demonstram pra mim - seja o fato que me motive e me dê coragem pra enfrentar essa distância física...

É como minha tia disse pra mim: "Faça do limão, uma limonada" e é com esse pensamento que eu vou enfrentando o dia-a-dia por aqui...

Abraços pra quem passa =)

Victor